sábado, 30 de abril de 2011

Belém: Estudantes conquistam congelamento da passagem em audiência

Mais de 400 pessoas ocuparam a sede da prefeitura de Belém para barrar o aumento da tarifa
 
Os estudantes de Belém realizaram uma poderosa mobilização na manhã dessa sexta-feira, 29/04, quando mais uma vez protestaram contra o aumento da passagem de ônibus e por transporte público de qualidade.

 

Saindo do Colégio Ulysses Guimarães, os secundaristas foram aos poucos tomando as ruas do centro da cidade, passando por outras escolas m obilizando, como no Deodoro de Mendonça e o Orlando Bittar. O ato foi reforçado mais ainda, quando na Avenida Presidente Vargas os estudantes da UNAMA chegaram num ônibus e os manifestantes seguiram em passeata até a prefeitura.

 

Chegando na sede do governo municipal, depois de muito pressionar, os estudantes conseguiram que a audiência acontecesse. A princípio os representantes da CTBEL e da prefeitura não queriam decidir nada e defenderam os argumentos das empresas de ônibus que falam que renovaram a frota e aumentaram o número de veículos circulando, argumentos que foram contundentemente desmentidos pelos representantes do Sindicato dos Rodoviários de Ananindeua e Marituba (SINTRAM) e pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais (SINTSEP-PA). Depois que os estudantes ameaçaram ocupar o prédio, a mesma cedeu e declarou que não haverá aumento da passagem até a próxima reunião do Conselho Municipal de Transportes, que acontece no dia 12/05.

O Coletivo Estudantil Vamos à Luta junto com o Grêmio UG e o DCE UNAMA entendem que estamos diante de um fato histórico em nossa cidade. Nunca antes a prefeitura havia recebido o movimento estudantil para tratar do transporte público. Até agora os empresários de ônibus não conseguiram aplicar o reajuste da tarifa para R$2,15 como pretendiam no mês de janeiro. A mobilização dos estudantes e trabalhadores tem sido decisiva para por em xeque mais esse ataque. Vai ser seguindo mobilizados que esse ano a população vai garantir que em 2011 não haja aumento da passagem em Belém e que esse processo seja um exemplo para que nos outros estados do Brasil se consiga barrar o aumento e seja garantido transporte público de qualidade. Vamos à Luta!

Veja as fotos no Blog do Vamos à Luta Nacional:

domingo, 24 de abril de 2011

TUITAÇO: #audienciapublica #contraoaumento

           Amanhã (25/04), às 22h, Tuitaço! #Audienciaublica #contraoaumento da passagem de ônibus.

Entidades se mobilzam para audiência sobre transporte público na sexta



Essa semana, o fórum composto por várias entidades estudantis e sindicais retomam a mobilização contra o aumento da passagem de ônibus na região metropolitana de Belém. Acontece na próxima sexta-feira, dia 29/04, uma audiência pública, às 9 horas, na prefeitura para tratar do aumento da tarifa e sobre a qualidade do transporte público na cidade.
De acordo com Rogério Guimarães, do Diretório Central dos Estudantes da Universidade da Amazônia (DCE-UNAMA), serão realizadas uma série de atividades essa semana mobilizando para a audiência. Nessa segunda faremos com um twittaço, a partir das 22h. Passaremos nas escolas da rede estadual e nas universidades chamando os estudantes, professores e a população em geral para participar desse espaço que vai ser decisivo para que não haja mais aumento esse ano.   Estaremos também em grandes pontos de circulação da cidade, como o terminal de São Bráz e o Ver-o-Peso convidando a população para participar.
Márcio Amaral, do Sindicato dos Rodoviários de Ananindeua e Marituba (SINTRAM), complementa dizendo que os movimentos sociais estarão unificados na sexta-feira. A luta que os estudantes e a população travam em defesa de um transporte de qualidade é a mesma luta que os rodoviários encampam em sua data-base por salário e melhores condições de trabalho. Essa semana o SINTRAM vota a greve de nossa categoria, estaremos participando da audiência e também distribuindo uma carta à população falando de nossas pautas.
Nos últimos dois meses foram realizadas uma série de mobilizações na cidade que culminou com a audiência da próxima sexta-feira. As entidades convidam toda a população para participar da mesma.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Novo Plano Nacional transfere para escolas privadas obrigação do Estado em garantir o direito à educação



Passados dez anos do atual Plano Nacional de Educação, o balanço não é muito positivo. Apenas um terço das metas decenais foi cumprido e o PNE não serviu de base para as políticas governamentais das últimas gestões. A avaliação, compartilhada por especialistas, docentes e estudantes, foi um dos temas debatidos no seminário “O PNE e os desafios da luta em defesa da escola pública”, promovido pelo Mandato do Deputado Federal Ivan Valente no último sábado (09/04), em São Paulo.

Luiz Araújo, mestre em Educação, assessor da bancada do PSOL no Senado e ex-presidente do Inep/MEC (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), lembrou que apesar de o Brasil ter incluído 97,6% das crianças de 6 a 14 anos e 74,8% das crianças de 4 e 5 anos na escola, apenas 18,1% das crianças de 0 a 3 anos estão matriculadas. Os pobres são os menos incluídos e na maior parte em escolas comunitárias. Da mesma forma, apesar de 85,2% dos jovens de 15 a 17 anos estarem na escola, somente metade está no ensino médio. E o Brasil ainda tem mais de 14 milhões de analfabetos maiores que 15 anos de idade. “No ritmo em que andamos, segundo o IPEA vamos levar 20 anos para erradicar o analfabetismo no país”, afirmou.

Em relação ao ensino superior, os números são ainda piores. Apenas 13,6% dos jovens estão matriculados. Este percentual é de apenas 7,7% entre os negros e a maioria das vagas estão concentradas nas regiões sul e sudeste e nas escolas particulares.

“O MEC tem que apresentar a avaliação do Plano Nacional de Educação anterior, pelo qual foi co-responsável, e dizer por que as metas não foram cumpridas”, afirmou Lisete Arelaro, Diretora da Faculdade de Educação da USP.


Insuficiência

Para enfrentar este quadro, os especialistas do setor presentes no debate acreditam que as metas propostas pelo governo federal para os próximos dez anos são insuficientes, além de deixarem nas mãos do mercado a maior parte da expansão do acesso à educação. Composta de 12 artigos, 20 metas e 170 estratégias, a proposta atual apresenta uma clara intenção de repassar a tarefa do crescimento para a iniciativa privada.

Quando o Plano discute o ensino profissional, por exemplo, uma demanda reprimida da juventude, não há percentuais de expansão da rede pública. O mesmo acontece com o ensino superior.

“A lógica predominante hoje na Educação é a da punição/responsabilização dos professores, que ganham ou perdem bônus de acordo com a produtividade; a meritocracia; e a privatização. Se a escola não cumpre metas, é fechada ou sua gestão é transferida para a iniciativa privada”, avalia Luiz Carlos de Freitas, professor titular da Faculdade de Educação da Unicamp. “Se perdermos esta batalha, grandes cadeias nacionais e internacionais vão desembarcar no Brasil e administrar a educação básica via contratos de gestão. Com a entrada do Brasil no BRIC [bloco dos países emergentes], o país passa a ser objetivo de investimento e muda o interesse do mercado sobre o aparato da educação no Brasil”, acrescentou.

Para Freitas, estamos diante de uma agressão brutal ao ensino público, pelo que o projeto do novo PNE diz e também pelo que não diz, que permitirá mudanças significativas na educação pública no âmbito dos municípios e estados.

“Nos surpreendeu também a pouco exigência em relação ao ensino privado superior. Não há nenhum artigo sobre contrapartidas. Isso mostra com quem estamos dialogando. A mercantilização está entre nós; já uma naturalização do processo da educação como mercadoria. Há, portanto, um trabalho de desmistificação e sensibilização que temos que abraçar”, acrescentou Lisete Arelaro.


Financiamento
Tão importante quanto o debate sobre a defesa do ensino público é a discussão sobre de onde sairá o dinheiro. O PNE proposto avança neste sentido em relação ao anterior, mas apresenta como teto de gasto 7% do PIB. “O ministro repetiu o eterno mantra da área econômica de sucessivos governos: para elevar os gastos sociais é preciso aumentar tributos. Por isso propôs metas tímidas para o PNE”, disse Luiz Araújo. “Mas, ao contrário do que afirma o governo federal, os atuais recursos educacionais não foram suficientes para provocar uma melhoria sensível na qualidade do aprendizado. O investimento público em educação representou em 2009 apenas 5% do Produto Interno Bruto. Vale lembrar que a sociedade civil defendia 10%, o Congresso aprovou 7% e o governo vetou este percentual”, criticou Luiz Araújo.

“Foram criadas 35 novas universidades, mas estamos estacionados nos gastos com o ensino superior. Isso não significa necessidade de novos investimentos?”, questionou Lisete.

Na opinião do deputado federal Ivan Valente, não há como superar o passivo educacional brasileiro sem investimentos massivos no setor. “O PNE foi, na verdade, um “não-plano”. O veto de Fernando Henrique, mantido por Lula, aos dispositivos que permitiam aumentar as verbas para a educação inviabilizaram o plano. Na verdade, a educação tem sido tratada como um grande tema de campanhas eleitorais e, quando chega na hora do investimento, é secundarizada diante da opção econômica dos governos. Vale a lógica do ajuste fiscal para favorecer o capital financeiro”, criticou.

O deputado, que integra a Comissão Especial da Câmara que vai debater o novo PNE, apresentou ao Congresso um projeto de plebiscito para ouvir a população brasileira sobre quanto do PIB deve ser gasto com a educação.

Mobilização
Para o conjunto dos participantes do debate, ficou claro que, sem mobilização de baixo pra cima, será muito difícil resistir ao modelo de expansão defendido pelo governo e às tentativas de liberalização propostas pelo setor privado. “O principal adversário é o governo federal, porque é o principal protagonista do debate e porque suas propostas privatistas possuem espaço na mídia e na base parlamentar”, lembra Araújo.


Outra dificuldade é que, ao contrário do final dos anos 90, quando foi discutido o I Plano Nacional de Educação, hoje o conjunto das organizações da educação não está do mesmo lado. “Há várias entidades já defendem as teses presentes no PNE. As universidades não pautaram a questão e a esquerda tem posições divergentes”, analisa Lisete.

“Não temos que acirrar as divergências entre nós, mas é preciso dar nomes aos bois. O campo de lá está organizado num tripé ideológico entre partidos políticos, indústrias e mídia. É um bloco muito difícil de ser enfrentado. O governo Dilma não vai segurar isso porque está maravilhado com essa demanda de mercado de países emergentes. Mas este processo certamente abrirá contradições”, acredita Luiz Carlos de Freitas.


“Sabemos que a correlação de forças é desfavorável, mas deve haver um processo de resistência e de desgaste. Esse processo vai se dar na luta e no constrangimento de entidades que já comandaram a defesa da escola pública e hoje estão amarradas com a política do governo. A sensação da população é que a escola está muito ruim. A insatisfação é grande e é possível mobilizar. Existe um espaço à esquerda”, afirmou Ivan Valente.


O Mandato do Deputado Federal Ivan Valente está finalizando a elaboração de um conjunto de mais de 100 emendas ao PNE para apresentar na Comissão Especial, e coletando nas ruas assinaturas em favor do plebiscito dos 10% do PIB para a educação. Serão elaboradas ainda uma publicação e um DVD com o conteúdo deste debate.

terça-feira, 12 de abril de 2011

CARTA DE BELEM: EM DEFESA DOS RIOS, DA VIDA E DOS POVOS DA AMAZÔNIA

Leitura da carta ao participantes. Entre os presentes, a antropóloga Sônia Magalhães, Antonia Melo (MXVPS) e Felício Pontes (MPF/PA)


Os participantes do seminário “Energia e desenvolvimento: a luta contra as hidrelétricas na Amazônia”, após ouvir professores e pesquisadores de importantes universidades afirmarem que Belo Monte não tem viabilidade econômica, pois vai produzir somente 39% de energia firme, 4,5 mil MW dos 11 mil prometidos. Afirmarem ainda que a repotenciação de máquinas e equipamentos e a recuperação do sistema de transmissão existente poderiam acrescentar quase duas vezes o que esta usina produziria de energia média, investindo um terço do que se gastaria na construção de Belo Monte.


Após ouvirem o procurador do MPF falar sobre a arquitetura de uma farsa jurídica: falta de documentação, oitivas indígenas que nunca existiram, licenças inventadas e ilegais, estudos de impacto incompletos e que não atendem as exigências sociais, ambientais e da própria legislação.

Após ouvirem o povo akrãtikatêjê (Gavião da montanha), relatando a luta que até hoje travam contra a Eletronorte, que os expulsou de suas terras quando a hidrelétrica de Tucuruí começou a ser construída, tendo sua cultura seriamente ameaçada, enfrentando doenças e problemas sociais que antes não conheciam. Mostrando que sua luta já dura mais de 30 anos, e que até hoje não conseguiram sequer direito a uma nova terra.

VIVA O RIO XINGU, VIVO PARA SEMPRE!



Após ouvirem os movimentos e organizações sociais denunciarem que os povos do Xingu, agricultores, ribeirinhos, pescadores, indígenas, extrativistas, entre outros grupos, estão sendo criminalizados e simplesmente ignorados. Situação reconhecida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que solicitou ao governo brasileiro que pare a construção de Belo Monte enquanto os povos indígenas não forem ouvidos.

Dion Monteiro, deputado Edmilson Rodrigues, senadora Marinor Brito, Guilherme Carvalho e Francisco Del Moral, debatem sobre os modelos energéticos e políticas de desenvolvimento para a Amazônia”



Após verem os exemplos históricos dos grandes projetos na Amazônia, inclusive exemplos mais recentes como o das hidrelétricas no rio Madeira, onde foi verificado desde o não cumprimento dos direitos trabalhistas, até mesmo trabalho escravo, levando os trabalhadores a se rebelarem contra a opressão que vinham há muito tempo sofrendo.

Afirmam que a UHE Belo Monte não tem nenhuma sustentabilidade social, econômica, ambiental, cultural e/ou política, por isso representa uma insanidade.

Afirmam que o governo brasileiro trata hoje Belo Monte de forma obsessiva, irracional, movido unicamente pela necessidade de atender a interesses políticos e econômicos, em especial os das grandes empreiteiras.


Leitura da carta ao participantes. Entre os presentes, a antropóloga Sônia Magalhães, Antonia Melo (MXVPS) e Felício Pontes (MPF/PA)

Afirmam que é possível impedir a construção da UHE Belo Monte, defendendo os rios, a floresta, as populações rurais e urbanas, a vida na Amazônia, no Brasil e no mundo.

Diante disso, os participantes deste seminário assumem os seguintes compromissos:
- Fortalecer uma grande frente contra o barramento dos rios da Amazônia;
- Fortalecer o movimento contra Belo Monte, inclusive criando novos comitês;
- Cobrar um grande debate no senado federal, com a presença dos senadores e povos do Xingu.

BELO MONTE NÃO!

TERRA SIM!
VIVA O RIO XINGU, VIVO PARA SEMPRE!
VIVA OS RIOS DA AMAZÔNIA, VIVOS PARA SEMPRE!

Belém, 12 de abril de 2011.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Jornal do Grêmio UG

Clique na imagem da capa para ler a versão digital do Jornal do Grêmio Esutadntil Ulysses Guimarães.

domingo, 10 de abril de 2011

Belo Monte é obsessão para o governo brasileiro

por Dion Monteiro (*)
Muito mais que acordos políticos, o imediato retorno de Edison Lobão ao Ministério de Minas e Energia, mesmo tendo sido reeleito senador pelo Maranhão, já mostrava que a presidente Dilma Rousseff pretende levar de forma firme e determinada o projeto (iniciado na ditadura militar) de barramento dos rios da “nova” fronteira energética do país, a Amazônia. A própria presidente retomou esse processo quando ministra das Minas e Energia do governo Lula, fortalecendo-o mais ainda quando ministra da Casa Civil.

O Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE 2019 prevê a construção de mais de 60 novas hidrelétricas, com a geração de aproximadamente 43 mil MW de energia destinados a atender, em especial, as grandes indústrias e as mineradoras, impedindo o curso normal e até mesmo “matando” diversos rios, entre estes os rios Araguaia, Parnaíba, Tocantins, Araguari, Teles Pires, Tapajós e Xingu.

O Painel de Especialistas, conjunto de professores e pesquisadores de importantes universidades e centros de investigação, depois de elaborar e entregar ao IBAMA o relatório chamado “Analise Critica do EIA do Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte”, continuou analisando os documentos elaborados pelo consórcio Norte Energia, encontrando problemas gravíssimos que mostram tecnicamente a completa inviabilidade social, econômica e ambiental da UHE Belo Monte.

O Ministério Público Federal (MPF) também continua acompanhando de perto este processo, tanto no que se refere ao monitoramento das quase uma dezena de ações, sobre Belo Monte, não julgadas pelo judiciário brasileiro, quanto no que diz respeito à elaboração de novas ações contra o açodado e irregular processo implementado nesta usina. A ultima ação do MPF referiu-se a “Licença de Instalação parcial” emitida pelo IBAMA, que possibilitou o inicio dos trabalhos sem que fossem atendidas as obrigações definidas nas 40 condicionantes apresentadas na Licença Prévia, e no Projeto Básico Ambiental (PBA) de Belo Monte.

Após receber, em novembro de 2010, denuncia dos povos do Xingu, a Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiu, no dia 01.04.11, parecer solicitando que o Brasil suspenda imediatamente o processo de licenciamento e construção de Belo Monte, e impeça ainda a realização de qualquer obra material, até que os indígenas da bacia do rio Xingu sejam ouvidos. Esta solicitação reforça e comprova a denuncia de irregularidades que pesquisadores, MPF, organizações e movimentos sociais do Xingu já vêm apresentando há muito tempo.

Assim que foi comunicado a respeito da solicitação da OEA, o governo brasileiro preferiu imediatamente desqualificar este pedido, tratando-o como precipitado e injustificável, e já afirmou que não vai atendê-lo, colocando o Brasil em uma situação constrangedora, isto para falar o mínimo, prejudicando inclusive a imagem e o respaldo que o país até pouco tempo possuía para cobrar de outros países o cumprimento de acordos internacionais, em especial sobre leis ambientais, e até mesmo para continuar reivindicando, por exemplo, assento no Conselho de Segurança da ONU, um dos sonhos do governo federal.
Todos estes elementos, reforçados pela reação intempestiva do governo brasileiro, comprovam, de forma cabal, que o planalto deixou de avaliar Belo Monte a partir de uma lógica racional, levando em conta os elementos técnicos e os fatores sociais, ambientais e culturais. Os últimos acontecimentos explicitam que o governo do Brasil trata hoje Belo Monte de forma obsessiva, irracional, movido unicamente pela necessidade de atender a interesses políticos e econômicos. Mas, no final das contas, quem vai pagar por essa obsessão? Pelo menos sabemos de antemão que não são os políticos de Brasília, e nem as grandes indústrias e mineradoras nacionais e transnacionais.

Dion Monteiro é economista do IAMAS, mestre em Planejamento do Desenvolvimento, e componente do Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo para Sempre

Ufopa: reitoria determina abertura de dezenas de PADs contra estudantes

O autoritarismo e o arbítrio tomaram conta da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Já não bastasse o Processo Administrativo Disciplinar aberto contra o professor Gilson Costa e as duas sindicâncias abertas contra estudantes e técnicos administrativos que participaram de um protesto pacífico ocorrido durante uma aula inaugural pública, agora abriram mais processos de perseguição em massa.

Dezenas de estudantes, entre cinqüenta e oitenta, deverão ser notificados na próxima segunda-feira que foram abertos PADs contra os mesmos por terem participado do referido protesto. O curioso é que o processo de sindicância foi concluído em tempo recorde sem que nenhum dos estudantes acusados tenha sido ouvido.

A informação vazou no final da tarde desta sexta-feira, 8 de abril. No turno da noite, alguns calouros que estudam no chamado "Centro de Formação Interdisciplinar" já foram notificados. Segundo informações que me chegaram de forma sigilosa, serão processados 21 estudantes do Instituto de Ciências da Sociedade, com predomínio de estudantes de Direito e mais 30 dos cursos do Instituto de Ciências da Educação, além de estudantes de vários outros centros e cursos.

É necessário reforçar a campanha de solidariedade ao Movimento Estudantil da Ufopa, ao professor Gilson Costa e ao técnico-administrativo Wallace, que também deverá responder a um processo administrativo. As entidades, movimentos, partidos e pessoas devem enviar moções conforme abaixo:

Envie moções de repúdio:
Ao Reitor da Ufopa
Sr. Seixas Lorenço
Twitter: @UFOPA
Fax: (93) 3064-9090
Envie moções de solidariedade e cópias das moções de repúdio para:
Professor Gilson Costa - amazongil@yahoo.com.br
Servidor Wallace - wallace_mes@yahoo.com.br

sábado, 9 de abril de 2011

Para a educação ser 10, a UNE tem que enfrentar Dilma.

Manifesto do Coletivo Estudantil Vamos à Luta! ao 59º CONEG da UNE

Companheiros!

Do nosso último encontro nacional no CONEB (Conselho Nacional de Entidades de Base), para cá, muitas coisas aconteceram no Brasil e no mundo. Assistimos com muito entusiasmo as rebeliões dos povos no norte da África e na Península Arábica. Reclamam contra a pobreza, por liberdade e democracia, e contra governos corruptos. Assim, da Tunísia à Líbia, passando pelo Egito, a juventude e os trabalhadores confirmam que vivemos uma época onde revoluções são possíveis e, em muitos casos, inevitáveis. É inegável que essas lutas enfraquecem o domínio do imperialismo dos EUA e da União Européia. Infelizmente, vimos Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Morales e Daniel Ortega apoiarem Kaddafi. É necessário que os lutadores comecem a tirar conclusões políticas.

No Brasil, passados 100 dias do governo Dilma o que pudemos perceber? Quais são as primeiras conclusões possíveis?

A política econômica está assentada sobre o tripé conservador de controle de câmbio, metas de inflação e superávit primário. Isso, na prática, significa cortes no orçamento de áreas sociais como saúde e educação (a educação sofreu um corte de 3,1 bilhões de reais). Significa que quase 50% da riqueza nacional é destinada a pagar juros ao capital financeiro, aos banqueiros.

Obama visitou o Brasil. Não foi a visita de um amigo. Foi uma visita comercial onde o principal interesse foi o Pré-Sal. A subserviência de todo o governo ao presidente estadounidense foi inegável. Aos movimentos sociais, que corretamente protestaram contra a presença de Obama, houve repressão. 13 companheiros foram presos no Rio de Janeiro. Além disso, vale lembrar que foi do Brasil que Obama deu a ordem para o começo dos ataques à Líbia. Um desrespeito com nossa soberania.

O carro chefe da eleição de Dilma, o PAC, está sendo desnudado pela espetacular mobilização dos trabalhadores da construção civil. Os baixos salários, os alojamentos precários e a carga horária de trabalho acentuada são os motivos da mobilização. 

Para a juventude, Dilma quer criar o PRONATEC, o ProUni do Ensino Médio.

Nesses 100 primeiros dias se fortalece o caráter mais conservador do governo. Os setores que apostaram na “disputa dos rumos do governo” perdem espaço em relação ao Governo Lula. O salário mínimo que teve um reajuste de 5 reais e os mais de 61% de reajuste para os parlamentares e mais de 120% para a própria Dilma também são uma demonstração de descaso com a maioria do povo brasileiro.

Enfrentamos agora, no dia-a-dia das universidades problemas cada vez maiores. O orçamento das IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) foi afetado consideravelmente, e o reflexo dessa política é sentido pelos estudantes de todo o país. No ensino pago (ver box) o aumento das mensalidades expulsa os estudantes das faculdades.

Por isso acreditamos que este CONEG deve fazer essas reflexões e estes debates. A direção majoritária da UNE (PCdoB/UJS/PT) insiste em apostar todas as fichas em negociações com o governo. A realidade demonstrou que isto é um equívoco e Lula acabou vetando os 50% do pré-sal para a educação. Não podem se chocar com Dilma porque com ela tem cargos e privilégios. É, além de tudo, uma questão material. Por isso não fazem o que é necessário para que os estudantes alcancem suas conquistas.

Os 10% do PIB e os 50% do pré-sal para a educação só são possíveis se enfrentarmos Dilma. Esta é a principal conclusão que deve ser tirada dos últimos oito anos e desses 100 primeiros dias de governo.


 A Direção da UNE vota a favor do aumento das mensalidades

O governo Dilma começa sem dar nenhuma perspectiva de regulamentação às Instituições Privadas. Como resultado vemos o aumento desenfreado das mensalidades que não são revertidas em melhoria de qualidade nas Instituições.

E, enquanto os estudantes vão às ruas contra o aumento das mensalidades no estado do Pará, por exemplo, a UNE traiu os estudantes e assinou um acordo aprovando o abusivo aumento de mensalidades solicitado pelas reitorias.

Vamos à Luta nas Particulares

Enquanto o governo não impõe limites para o lucro das universidades particulares, vemos o exemplo na paralisação dos professores em pelo menos 50 escolas de Belo Horizonte que brigam para ter um reajuste real nos seus salários demonstrando que o aumento das mensalidades não é destinado a qualidade da formação e sim para o bolso dos empresários.

É fundamental a organização dos estudantes das particulares, somos 80% dos universitários do Brasil e juntos podemos barrar os aumentos, as taxas abusivas, a falta de democracia e liberdade de organização, e garantir qualidade nas nossas Instituições.

Para isso te convidamos a construir um Comitê Nacional de Luta nas Particulares onde possamos nos organizar e defender nossos direitos. Então, Vamos à Luta?

terça-feira, 5 de abril de 2011

Organização dos Estados Americanos determina suspensão imediata de Belo Monte


A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitou oficialmente que o governo brasileiro suspenda imediatamente o processo de licenciamento e construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte, no Pará, citando o potencial prejuízo da construção da obra aos direitos das comunidades tradicionais da bacia do rio Xingu.

De acordo com a CIDH, o governo deve cumprir a obrigação de realizar processos de consulta “prévia, livre, informada, de boa-fé e culturalmente adequada”, com cada uma das comunidades indígenas afetadas antes da construção da usina. O Itamaraty recebeu prazo de quinze dias para informar à OEA sobre o cumprimento da determinação.

A decisão da CIDH é uma resposta à denúncia encaminhada em novembro de 2010 em nome de varias comunidades tradicionais da bacia do Xingu pelo Movimento Xingu Vivo Para Sempre (MXVPS), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Prelazia do Xingu, Conselho Indígenista Missionário (Cimi), Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), Justiça Global e Associação Interamericana para a Defesa do Ambiente (AIDA). De acordo com a denúncia, as comunidades indígenas e ribeirinhas da região não foram consultadas de forma apropriada sobre o projeto que, caso seja levado adiante, vai causar impactos socioambientais irreversíveis, forçar o deslocamento de milhares de pessoas e ameaçar uma das regiões de maior valor para a conservação da biodiversidade na Amazônia.
“Ao reconhecer os direitos dos povos indígenas à consulta prévia e informada, a CIDH está determinando que o governo brasileiro paralise o processo de construção de Belo Monte e garanta o direito de decidir dos indígenas”, disse Roberta Amanajás, advogada da SDDH. “Dessa forma, a continuidade da obra sem a realização das oitivas indígenas se constituirá em descumprimento da determinação da CIDH e violação ao direito internacional e o governo brasileiro poderá ser responsabilizado internacionalmente pelos impactos negativos causados pelo empreendimento”.

A CIDH também determina ao Brasil que adote medidas vigorosas e abrangentes para proteger a vida e integridade pessoal dos povos indígenas isolados na bacia do Xingu, além de medidas para prevenir a disseminação de doenças e epidemias entre as comunidades tradicionais afetadas pela obra.
“A decisão da CIDH deixa claro que as decisões ditatoriais do governo brasileiro e da Justiça, em busca de um desenvolvimento a qualquer custo, constituem uma afronta às leis do país e aos direitos humanos das populações tradicionais locais”, disse Antonia Melo, coordenadora do MXVPS. “Nossos líderes não podem mais usar o desenvolvimento econômico como desculpa para ignorar os direitos humanos e empurrar goela abaixo projetos de destruição e morte  dos nossos recursos naturais, dos povos  do Xingu e da Amazônia, como é o caso da hidrelétrica de Belo Monte”.

“A decisão da OEA é um alerta para o governo e um chamado para que toda a sociedade brasileira discuta amplamente este modelo de desenvolvimento autoritário e altamente predatório que está sendo implementado no Brasil”, afirma Andressa Caldas, diretora da Justiça Global. Andressa lembra exemplos de violações de direitos causados por outras grandes obras do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento do governo. “São muitos casos de remoções forçadas de famílias que nunca foram indenizadas, em que há graves impactos ambientais, desestruturação social das comunidades, aumento da violência no entorno dos canteiros de obras e péssimas condições de trabalho”.

Críticas ao projeto não vêm apenas da sociedade civil organizada e das comunidades locais, mas também de cientistas, pesquisadores, instituições do governo e personalidades internacionais. O Ministério Público Federal no Pará, sozinho, impetrou 10 ações judiciais contra o projeto, que ainda não foram julgadas definitivamente.

“Estou muito comovida com esta notícia”, disse Sheyla Juruna, liderança indígena da comunidade Juruna do km 17, de Altamira. “Hoje, mais do que nunca, tenho certeza que estamos certos em denunciar o governo e a justiça brasileira pelas  violações contra os direitos dos povos indígenas do Xingu e de todos que estão juntos nesta luta em defesa da vida e do meio ambiente. Continuaremos firmes e resistentes nesta luta contra a implantação do Complexo de Belo Monte”.

A decisão da CIDH determinando a paralisação imediata do processo de licenciamento e construção de Belo Monte está respaldada na Convenção Americana de Direitos Humanos, na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Declaração da ONU sobre Direitos Indígenas, na Convenção sobre Biodiversidade (CBD) e na própria Constituição Federal brasileira (Artigo 231).


Nota de apoio às poderosas lutas dos trabalhadores da construção civil


As explosivas greves dos operários da construção civil, que trabalham nas obras do PAC, se converteram no mais importante fato político nesses primeiros cem dias de governo Dilma e contam com nosso total apoio e solidariedade.

A fama de boa gerente e de excelente administradora, cunhada pelo ex-presidente Lula e pela grande imprensa, não passou a primeira prova diante das péssimas condições de trabalho e dos baixos salários enfrentados pela peãozada, que se alçou à revelia das centrais sindicais e expôs a crise de direção que passa o movimento sindical brasileiro.

Nas obras do PAC faltam banheiros (inclusive feminino), os refeitórios são pequenos e inadequados para se alimentar, a alimentação é de péssima qualidade, os alojamentos mais parecem um campo de concentração, os salários são baixos e boa parte do que é recebido é deixado no comércio varejista, improvisado à beira de estradas esburacadas que chegam a cobrar por um sabonete, um tubo de creme dental ou um maço de cigarros, o mesmo valor de um PF (prato feito) no centro de São Paulo. Essas péssimas condições de trabalho têm responsáveis. Em primeiro lugar, o governo, que despeja bilhões de reais nas mãos das empreiteiras com quase nenhum controle. Em segundo lugar, as empreiteiras, principais financiadoras de campanha dos partidos governistas e finalmente, mas não com menor culpa há que apontar o nefasto papel das burocracias sindicais que estão se lixando para as condições de trabalho e só aparecem porque querem receber o imposto sindical ou quando há uma grande revolta como aconteceu agora.

O governo injetou via BNDES R$ 7,2 bilhões de reais para a construção da usina hidrelétrica de Jirau e outros R$ 6,1 bilhões de reais para a usina de Santo Antônio, ambas em Rondônia, de um total que pode chegar até a conclusão das obras em 2017 na ordem de R$ 25 bilhões (68,5% do empreendimento), sem exigir e fiscalizar de forma adequada as condições em que vivem os (as) trabalhadores (as) nos canteiros de obras. Esta situação levou que os 22 mil trabalhadores em Jirau, 16 mil em Santo Antônio (RO), 27 mil na refinaria Abreu e Lima e Petroquímica SUAPE (PE), 6 mil na Termelétrica de Pecém (CE), 2 mil na hidrelétrica São Domingos (MS) e 1.943 em Porto do Açu (RJ) deflagraram uma massiva greve. Surpreendido, ao melhor estilo da ditadura militar, o governo do PT não teve melhor idéia que enviar a Força Nacional de Segurança Pública para reprimir a manifestação operária. Enquanto isso, as centrais sindicais governistas, CUT e Força Sindical, alheias aos verdadeiros problemas dos trabalhadores, acusavam as bases de vândalos, tentando ocultar sua traição.

Esse fato não ocorreu por acaso. Chegado ao poder, Lula e o PT para dar continuidade ao projeto neoliberal de retirada de direitos e conquistas dos trabalhadores, cujo símbolo foi a primeira reforma da Previdência, tiveram uma política de cooptação dos dirigentes sindicais. Para tanto, concederam importantes cargos públicos com altíssimos salários e cheios de privilégios e mordomias. Exemplo disso é o ex-presidente da CUT Jair Meneguelli, que hoje dirige o sistema ‘S’ (SENAI, SESC, SENAC) e Luiz Antônio de Medeiros, ex-presidente da Força Sindical, atualmente ocupando cargo de secretário de relações do trabalho no Ministério do Trabalho. Dessa forma, abandonaram os trabalhadores à sua própria sorte e dedicaram seu tempo a negociar novas mordomias e espaço no governo Lula. Como afirmou o deputado Paulinho, dirigente da Força Sindical, processado por uso indevido de fundos obtidos do governo: “...nunca saímos de mãos vazias no governo Lula”. Istoé 16/02/2011.

A grande preocupação da burocracia sindical passou a ser a disputa dos 1.300 cargos comissionados, o controle de cerca de R$ 200 bilhões anuais correspondentes aos fundos de pensão das empresas públicas, a manutenção de seus altos salários na direção de estatais e os R$ 100 milhões de reais do imposto sindical que lhes foi presenteado por Lula, e ao que tudo indica será mantido por Dilma. Enquanto isso, os banqueiros, donos de indústrias e latifundiários, praticam as maiores atrocidades possíveis com os trabalhadores. Por isso, nem a CUT nem a Força Sindical tem legitimidade para negociar com o governo e os patrões as justas reivindicações dos trabalhadores do ramo da construção civil ou de qualquer categoria que faça luta em nosso país.

Os acordos celebrados entre CUT, Força Sindical, governo e empreiteiras, para se ter qualquer validade, devem obrigatoriamente ser submetidos às assembléias de base da categoria, nos canteiros de obras. Lamentavelmente a CSP – Conlutas, que aceitou participar da comissão tripartite, que de forma envergonhada está sendo chamada de “Comissão Permanente de Negociação”, legitimou essa negociação e perdeu uma grande oportunidade de se postular como alternativa de direção ao sindicalismo chapa branca e de denunciar o papel pelego que tiveram as direções da CUT e Força Sindical frente a esses conflitos.

Não podemos aceitar nenhuma demissão ou retaliação aos trabalhadores grevistas que devem ter estabilidade no emprego até a conclusão das obras.

Devem ser os Comandos de Greve, as CIPAS e os delegados sindicais de base, os legítimos representantes dos trabalhadores nas negociações junto ao governo e aos patrões. Fora os burocratas sindicais vendidos! Que ao invés de defender os trabalhadores, negociam com o governo e as empreiteiras, os interesses dos trabalhadores, em troca do desconto do imposto sindical.

Não temos dúvidas que as vitórias salariais e a conquista de melhores condições de trabalho até agora obtidas foram produto da luta e mobilização dos próprios trabalhadores e não das negociações entre as centrais sindicais pelegas, o governo e as empreiteiras.

A luta dos trabalhadores da Construção Civil de Jirau e Santo Antônio, deve servir de exemplo para as categorias em mobilização e que preparam suas campanhas salariais.

A classe trabalhadora, fundamentalmente a peãozada, que muitos diziam ter perdido seu papel histórico na conformação de uma nova sociedade, deu uma lição aos coveiros do socialismo e da luta de classes. Os povos do Xingu que lutam contra a construção de Belo Monte agradecem.

São José dos Campos - São Paulo, 25 de março 2011
Coordenação Nacional de UNIDOS PRA LUTAR! e Coletivo Estudantil Vamos à Luta